18 de Março de 2016 | 15.00 | ISCAP
RESUMO
Quando em 1543 os portugueses chegaram ao Japão e estabeleceram os primeiros contactos com os japoneses, não podiam prever que não obstante o facto de as relações entre ambos virem a durar menos de um século, envolveriam trocas comerciais importantes e uma convivência e ligação que nalguns aspetos, perduraria muito para além desse período. Esses marinheiros e mercadores dificilmente poderiam calcular que Macau se tornaria num importante entreposto comercial e que, devido à proximidade geográfica com o Japão, o seu papel seria essencial para cumprir os objetivos a que Portugal se propunha, pois seria através daquele território que chegariam ao país nipónico não só mercadorias, mas também missionários que converteriam milhares de japoneses ao cristianismo. Essa proximidade e contacto com Macau revelar-se-iam cruciais quando os cristãos japoneses tiveram de deixar o seu país e encontraram refugio em terras macaenses. A memória desse período e o seu simbolismo continuam a ligar Macau e o Japão, permanecendo para além do tempo como talvez apenas os missionários tivessem ousado sonhar.
Nota biográfica
Isabel Pinto é natural de Lisboa tendo residido aí, bem como em Angola, Moçambique e Macau, habitando atualmente no Porto. Licenciada em enfermagem, profissão que exerceu, é mestre em estudos interculturais e doutorada em estudos asiáticos. Entre os trabalhos publicados, destacam-se dois livros: “O Comportamento Cultural dos Macaenses Perante o Nascimento” (tese de mestrado), publicadopor Livros do Oriente- Macau (2001, 191 p., ISBN 99937-603-1-5) e “A comunidade Macaense em Portugal: alguns aspectos do seu comportamento cultural” (tese de doutoramento galardoada pela Academia de Ciências de Lisboa com o prémio Agostinho da Silva no ano letivo 2008/2009), publicadopelo Instituto Cultural do Governo da R.A.E. de Macau/Editora Almedina (2011, 316 p.,ISBN 978-972-40-4464-4).