24 de Fevereiro de 2012 | 16.00 | ISCAP
Contributos da Tradução para a Historiografia Portuguesa: Reflexões pré e para-tradutivas em torno da ‘Narrativa da Expedição a Portugal em 1832’
Ivo Silva
RESUMO
As narrativas de viagem feitas por estrangeiros sobre Portugal, particularmente as de cariz bélico ou militar, possibilitam e são o mote para o estabelecimento de uma proveitosa relação interdisciplinar entre História e Tradução. A dissertação final de mestrado de Ivo Rafael Silva, vencedora do Prémio CEI 2011, evidencia a possibilidade de uma estreita correlação entre ambas as áreas do saber, não tanto quanto à ‘História da Tradução’, já amplamente tratada no domínio dos estudos linguísticos e da Tradução, mas antes quanto ao impacto da Tradução na História, tanto no curso dos próprios acontecimentos como na sua escrita, i.e., historiografia.
Abordando várias obras análogas mas privilegiando como objecto de estudo a ‘Narrativa da Expedição a Portugal em 1832’, escrita no ano de 1833 pelo Coronel George Lloyd Hodges, oficial liberal em missão no conflito que opôs liberais a absolutistas, é feita uma análise crítica ao original e à sua tradução, realizada em meados do século XX, por João Hickling Anglin. Colocando em evidência os conceitos de pré e para-tradução enquanto elementos essenciais ao processo tradutivo deste tipo de narrativas, será possível assim estabelecer essa ponte interdisciplinar entre História e Tradução, alcançando-se, com a Tradução, um melhor aproveitamento da obra original como fonte histórica, capaz de melhor servir a historiografia portuguesa relacionada com a Guerra Civil (1828-1834).
Nota biográfica
Ivo Rafael Gomes da Silva nasceu a 4 de Outubro de 1983 na freguesia de Recarei, concelho de Paredes, distrito do Porto. Em 2008 licenciou-se em Assessoria e Tradução pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. Em 2010, pelo mesmo instituto, obteve o grau de Mestre em Tradução e Interpretação Especializadas. É investigador de História e Etnografia. Integra, como junior researcher, o Centro de Estudos Interculturais do ISCAP. Foi coordenador-autor das obras Villa Recaredi: Estudo Histórico e Etnográfico da Freguesia e Paróquia de Recarei (J. F. Recarei, 2008) e Recarei e o Sacerdócio (Paróquia de Recarei, 2010).
Da leitura à escrita – O processo de tradução de ‘Nota al pie’, de Rodolfo Walsh
Laura Tallone
RESUMO
Ao não existirem fórmulas fixas que pautem em abstracto como se deve traduzir, cada tradução deverá encontrar soluções próprias para cada tipo de texto. O estudo e a crítica da tradução já não se centrarão na análise do texto traduzido como produto, mas no processo de tradução, isto é, na descrição da tomada de decisões e na análise da sua adequação ao problema concreto levantado pelo texto de partida.
Esta breve comunicação pretende apresentar o processo de tradução que vai da primeira aproximação ao texto original e ao seu contexto sócio-histórico à rescrita do texto de chegada, tomando como ponto de partida a narrativa breve “Nota al pie”, do escritor argentino Rodolfo Jorge Walsh, e documentando os passos que conduziram às decisões translativas mais relevantes.
Nota biográfica
Laura Tallone, natural de Argentina (1964). Licenciada em Tradução Literária e Técnico-Científica (Inglês-Espanhol) pelo Instituto Nacional Superior del Profesorado en Lenguas Vivas “Juan Ramón Fernández” (Buenos Aires). Licenciada em Letras (variante Literatura Argentina e Latino-americana), pela Universidade de Buenos Aires. Mestre em Tradução e Interpretação Especializadas, pelo ISCAP – Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. Actualmente a frequentar o programa de Doutoramento em Tradução e Paratradução da Universidade de Vigo.
Professora de língua espanhola e de tradução técnica no ISCAP. Tradutora e intérprete simultânea freelancer. Traduções publicadas pela Editorial Sudamericana (Buenos Aires), Fundação de Serralves, Faculdade de Medicina do Porto, Ed. Global Notícias, Conserveries mémorielles – Revue trandisciplinaire de jeunes chercheurs (online), etc.