Masterclass MA in Intercultural Studies for Business: “Public Space Appropriation – Between Art and Delinquency: Emerging questions”, António Oliveira (ISCAP) | 28 de Novembro de 2017

28 de Novembro de 2017 | 16.00 | Sala 013-1, ISCAP

RESUMO

Todos os seis modelos teóricos definidos na literatura (O’Connor, 2010; Throsby, 2008) são unanimes em considerar que o empreendedor criativo/cultural contribui para o desenvolvimento económico. Pela sua ação a comunidade transforma-se e cria-se riqueza que, de outro modo, se perdia. Genericamente Empreender é um processo de interação multidimensional que evolui ao longo do tempo dentro de um contexto específico e dinâmico (Audretsch, 2012; do Paço et al., 2015), demonstrando-se ainda a relação entre o Indivíduo Empreendedor, a Intenção Empreendedora e a Ação Empreendedora (Elfving et al., 2009; Gielnik et al., 2015; Krueger et al., 2000; Liñán & Fayolle, 2015).

O crescimento da economia criativo/cultural está, portanto, dependente da vitalidade das empresas criadas “por trás de cada empresa cultural está um empreendedor cuja visão conduziu ao seu desenvolvimento (…). O somatório das empresas culturais cria a economia cultural global” Aageson (2008, p.93). Estes empreendedores criam novos produtos e serviços bem como reinventam bens e produtos tradicionais acrescentando-lhes novas formas de criação de valor, acrescentado inovação à tradição mas raramente se reconhecem e promovem as suas capacidades empresariais. Assim, só é possível assegurar o crescimento da economia criativo/cultural global se se aumentar o número de empreendedores inovadores, por outras palavras, a construção de uma economia criativo/cultural competitiva e sustentada só é possível se o artista assumir “eu sou um negócio” sem que tal signifique renunciar às suas crenças e valores (Aageson, 2008). 

O artista cria a ideia, o produto ou o serviço, o empreendedor cria a visão que estabelece a ponte entre as necessidades culturais do mercado e a empresas cultural. O empreendedor cultural mescla capital cultural com o capital humano e financeiro (Bakhshi et al., 2013). A qualidade e a quantidade de cada um vai determinar o sucesso da empresa, assegurado que globalizar não é homogeneizar, é diversificar pela inovação (Florida, 2002).

Para Aageson (2008 p.96-8) os empreendedores culturais apresentam características comuns: visionários, risk-takers, net-trabalhadores, vision-lideres e servant- lideres. Todavia “there is no consensus on an accepted definition of entrepreneurship in an arts context and that the subject arouses resistance among many arts administrators and artists from a belief that entrepreneurship represents solely a path toward monetary success at the expense of art” (Aageson p. 94). Mas se a ausência de acção empreendedora decorre da interposição de barreiras, então intenções empreendedoras potencialmente válidas não são realizadas (van Gelderen et al., 2015). Que barreiras são então percepcionadas e poderão inviabilizar a concretização de iniciativas válidas? 

Nota Biográfica

António José Monteiro De Oliveira 

Especialista em Gestão, Mestre em Empreendedorismo e Internacionalização, com diferentes Pós-graduações, desde 1999 associado a projetos artísticoculturais no âmbito da economia cultural e criativa. Desde 1999 é líder da equipe de projeto responsável pela elaboração do Plano Estratégico do Visionarium – Centro de Ciência do Europarque, que suportou a candidatura ao prémio Museu Europeu do Ano 2000 e do qual resultou a Special Commendation 2000, European Museum of the Year Award – Committee of the European Museum Forum.

ajmo@iscap.ipp.pt; antonio.de.oliveira@iol.pt